quinta-feira, 31 de maio de 2012

Urânio da Bahia: Caetité não quer virar lixão atômico

Por racismoambiental, 29/05/2012 10:37 [Por Zoraide Vilasboas*, para o EcoDebate] Um ano depois que um levante popular tentou impedir que 90 toneladas de material atômico do Centro Tecnológico da Marinha, em Iperó (SP), chegassem à unidade da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Caetité, além de conviver com o medo da contaminação da água, as populações afetadas pela mina de urânio continuam desassistidas pelo Estado, vítimas da omissão e inoperância dos poderes públicos, ante a gravidade dos riscos decorrentes da exploração do mineral. Mas estão dispostas a impedir que a Bahia vire um depósito de lixo nuclear. O episódio foi lembrado por moradores de Caetité e Lagoa Real em uma jornada de dois dias (15 e 16/05/2012), de reflexão e denúncia. Houve mostra de filmes, apresentação de pesquisa sobre a contaminação da água, na Universidade do Estado da Bahia, e exposição “Mãos do Césio”, sobre o maior acidente radioativo em área urbana do mundo, ocorrido em Goiania (Go), gerando 6 mil toneladas de lixo nuclear, mortes e contaminando, direta e indiretamente, 1.600 pessoas. O evento foi promovido pela Comissão Paroquial de Meio Ambiente, com apoio da Fundação Heinrich Boell e outros patrocinadores. A avaliação dos desdobramentos do fato apontou a morosidade e até falta de ação para a urgência de se conhecer efetivamente o quadro resultante da importação de riscos da indústria nuclear por parte dos poderes públicos municipal (Comissão Institucional Provisória sobre o Transporte de Material Radioativo); estadual (SESAB, CESAT, SEMA, Agricultura, Saneamento) e federal (IBAMA, Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Ministérios Públicos Estadual e Federal). A empresa também sofreu criticas pela irresponsabilidade social com as populações da região, pelo seguido descumprimento de compromissos assumidos com a sociedade e com os trabalhadores, que continuam penalizados pela falta de transparência e controle social sobre o setor nuclear brasileiro. Lixo atômico – Em maio de 2011, o composto de urânio, que veio embalado em tambores lacrados há mais de 30 anos, sobre o qual havia a suspeita de ser lixo radioativo, foi barrado pela população, gerando um impasse, que envolveu o setor nuclear, forças de segurança, autoridades e setores da sociedade de Caetité, Lagoa Real e Guanambi. A Prefeitura de Caetité criou uma comissão para lidar com o problema, com representantes da sociedade civil desses municípios, do IBAMA, INB e CNEN. Só depois de quatro dias, um acordo foi selado com a empresa e a carga, que ficou na PM de Guanambi, foi para a indústria. Mas o acordo não seria cumprido. Parte do material foi misturado com o concentrado de urânio fabricado na Bahia e exportado para a França, ainda que a empresa garantisse que ele seria apenas reembalado para exportação. Um ano depois, ninguém sabe ao certo o que vai acontecer com cerca de 18 toneladas do material radioativo que permanecem em Caetité. Entrevistas concedidas à Rádio Educadora pela INB e CNEN, no último dia 15, foram pouco convincentes. Há um ano, sem ter a licença ambiental necessária, a INB decidiu reembalar, de forma improvisada e precária, a carga que veio da Marinha, sem a segurança exigida para quem trabalha com material radioativo, impondo aos empregados o maior risco sofrido por exposição à radiação no meio ambiente do trabalho. Por isto, os trabalhadores decidiram não manusear o restante do produto, que, pelo acordo, já deveria ter sido devolvido à Marinha. “Temos a impressão que a empresa quer que a gente reutilize este material. Mas não vamos fazer isto. Fomos severamente expostos no reentamboramento, principalmente os terceirizados, que vieram de fora, e foram obrigados a triturar material compactado, em meio à poeira de urânio. Chegaram a pegar o produto com as mãos. Três desmaiaram”, lembrou o diretor do Sindicato de Mineradores, Francelino Cabaleiro. A gravidade da situação levou o Ministério Público do Trabalho a interditar a atividade e o IBAMA aplicou duas multas (R$600 mil e R$2 milhões). O plano de comunicação social da empresa que seria revisto segundo o acordo, “piorou de lá para cá. Os trabalhadores vivem na usina sem informação nenhuma, pois a INB se mantem em silencio absoluto. É na rua que sabemos o que acontece na empresa e temos que ficar calados, pois não existe transparência, frisou Cabaleiro. Também não se sabe o destino que será dado aos tambores que trouxeram o material radioativo. “Não queremos que tratem Caetité, como fizeram com Poços de Caldas (MG), para onde foi levado rejeito de unidades da Usan/INB, de São Paulo. Tambores sofreram a ação do tempo e estouraram ficaram lá no meio ambiente, foram enterrados. Sabemos extraoficialmente que a CNEN não autorizou a saída do produto de Caetité e que três municípios ganhariam incentivos para acomodar o rejeito nuclear. Se Caetité for um deles, garanto que a briga vai ser dura, porque não aceitamos este material aqui”, afirmou o sindicalista. Ele fez citou diversas irregularidades na administração da INB e disse que o Sindicato levou ao Ministério Público e à Polícia Federal denúncia de uma exploração ilegal de granito que estaria ocorrendo na área da INB. “Nossa expectativa é que estes órgãos apresentem o resultado das investigações e que a Comissão Institucional Provisória sobre o Transporte de Material Radioativo apresente à sociedade o relatório do seu trabalho”, concluiu. Contaminados sem remédios – No auditório da UNEB, em Caetité, e também na Lagoa Real, professores, estudantes e membros de movimentos e entidades sociais e populares conheceram experiências de outros grupos afetados por indústrias, como a dramática situação dos contaminados pelo acidente de Goiania, que aconteceu “por irresponsabilidade da CNEN, porque a capsula do césio, usada em radioterapia, foi recolhida por dois catadores de papel numa clínica abandonada. 25 anos depois, as coisas estão piores. Temos pessoas adoecendo e cada vez mais fragilizadas. Não existe uma doença especifica de vitimas de radioatividade. Ela causa uma deficiência imunológica no organismo e as pessoas passam a sofrer vários males. Só conseguimos ressarcir os direitos de 468 pessoas, ficando mais de 60% sem este reconhecimento. O governo federal, responsável pelo acidente, cruzou os braços. Só o governo de Goiás vinha nos assistindo. Contudo, há mais de um ano estamos sem remédios,” relatou Odesson Alves Ferreira, presidente da Associação das Vítimas do Césio-137. Outro depoimento comovente, do presidente do Movimento Popular por Saúde Ambiental, Ney Didan, tratou da contaminação por chumbo, cádmio e outros metais pesados, n o entorno da fábrica de chumbo, em Santo Amaro da Purificação (Ba). Segundo ele, “existe uma omissão histórica na cidade e os contaminantes continuam ali. Nada foi retirado. O estado passou asfalto por cima da escória nas ruas. Quando chove os resíduos descem o rio Subaé, há toneladas de chumbo no manguezal, o ar está poluído. Isto está comprovado. Pesquisas acadêmicas foram feitas, mas as providencias para garantir a saúde da população não foram tomadas. As comunidades lutam em torno da questão da saúde pública, contra um estado que faz de conta que nada vê”. A antropóloga Suzanne Alencar Vieira, apresentou sua monografia sobre, O drama azul: Narrativas do Drama das Vitimas do Césio em Goiânia e a profa. Luciana Souza Silva apresentou uma Avaliação da Radioatividade Natural em Águas Potáveis, de Superfície e Subterrâneas de Caetité, que determinou os níveis de radioatividade alfa e beta total e as concentrações de urânio em amostras de água consumidas pela população urbana e rural, em Caetité e Lagoa Real. Mas não avaliou a relação entre a exploração de urânio e a radioatividade encontrada nas amostras. Já o doutorando da Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ, Renan Finamore, anunciou que fará uma pesquisa mesclando a questão da saúde pública, especificamente da saúde ambiental, com o tema da Justiça Ambiental. O movimento por Justiça Ambiental busca reagir contra o processo discriminatório, que coloca os ricos e prejuízos do capitalismo global sobre grupos populacionais mais fragilizados. Para Renan, o único consenso que existe é que não há níveis de exposição segura à radioatividade, principalmente em condições inadequadas de trabalho. Sua pesquisa vai relacionar esta premissa com a situação das comunidades do entorno da mina, “que enfrentam escassez de água e falta de acesso às informações. O setor nuclear, muito fechado, fica neste discurso de segredo, de soberania nacional, tentando impor uma abordagem meramente técnica, mas é preciso levar em conta a questão da saúde ambiental, pois a vida das pessoas está em jogo”, informou. *Jornalista, da Coordenação de Comunicação, da ASSOCIAÇÃO MOVIMENTO PAULO JACKSON – Ética, Justiça, Cidadania

Viver é relembrar e é PRECISO CAROS,MEIO AMBIENTE: A DÍVIDA FRANCESA COM O BRASIL CONTINUA..

Compreendermos de onde começa o que não se termina,é nunca é nunca é sempre é sempre ...

Sendo assim,o buraco é mais embaixo...
O que isso nus diz?eles tem muito a dizer não é mesmo senhores, 
Ex-ministro de relações exteriores Celso Amorim? e o Ex-presidente da Republica ? E mais uma centenas de gatos escaldados todos juntos e misturado

Leia com atenção.
Fonte:http://www.bahiaja.com.br/noticia.php?idNoticia=19562
08/11/2009 - 12:21
MEIO AMBIENTE: A DÍVIDA FRANCESA COM O BRASIL





Reportagem Antonio Jorge Moura

Aproveitando uma provável visita do presidente Lula a Salvador, em 20 de novembro próximo, Dia Nacional da Consciência Negra, para assinar documentos de reivindicação dos mais expressivos e históricos Terreiros da tradição religiosa e cultural afrodescendente - Bogum, Casa Branca, Oxumaré, Gantois, Opô Afonjá, Alaketo - (faltaram ser ouvidas a casa de Luizinho da Muriçoca, imortalizada na literatura de Jorge Amado, o Ilê Asipá, do Mestre Didi, e os templos de Santo Amaro da Purificação, Saubara, Cachoeira, São Félix, Muritiba, além das casas da Chapada Diamantina) abordo um assunto relevante.

O presidente da França, Nicolay Sarkosy, esteve recentemente na Bahia a convite do presidente brasileiro e não ficou sabendo que o país europeu tem uma enorme dívida ambiental com o Recôncavo baiano e a Baía de Todos os Santos.

Caminhando pela orla de Amaralina, a jornalista Carmela Talento, mãe extremosa de três de meus cinco filhos, me ordenou: escreva sobre isso. E aqui estou eu, debruçado sobre os teclados de minha máquina de escrever metida a besta - o computador de casa - cumprindo as ordens da mãe de Bruno, Silvana e Daniel.

O amigo francês do Presidente Lula talvez nem soubesse o que ocorreu por aqui, o crime ambiental provocado pela ganância do capitalismo francês. Esse assunto, aliás, pode servir para o chanceler Celso Amorim caso a França engrosse o caldo na próxima reunião da cúpula mundial para discutir as questões ambientais do planeta Terra.

Minha história começa nos anos 70 do século passado quando o histórico economista Rômulo Almeida, de quem tive a hora de ser assessor de imprensa, me contou a sobre a chegada dos franceses a Boquira, no sertão da Bahia.

Nessa época do desembarque bem sucedido dos franceses mundo estava em plena II Guerra Mundial, vivendo o esforço dos aliados para vencer a Alemanha nazista, quando descobriram umas amostras de minério de chumbo num museu francês de história natural, nas quais estava a identificação de que se tratava de minério encontrado no Nordeste brasileiro.

A Franca precisava fabricar munição para vencer as forças nazistas. E os pesquisadores franceses resolveram vir ao Nordeste do Brasil dar uma busca para encontrar a dita mina. Passaram pela Bahia e por diversos estados da Federação sempre usando a mesma tática. Como então os caminhos do Brasil eram percorridos pela via férrea, não existiam estradas asfaltadas, saíram por aí e aqui procurando informações. Claro tendo a cautela de não revelarem o porque do interesse.

Acabaram passando por Boquira, depois da região de Jequié e Conquista, exibiram as amostras de minério ao farmacêutico local, que olhou e viu algo familiar: "Ah, é das pedras que o povo daqui cata no Natal para armar o presépio. Tá cheia delas".

Os franceses não falaram nada sobre as pedras e pediram para ir no local porque, na França, um país católico, eles tinham a tradição de montar presépio para as festas natalinas. Deram nova busca e voltaram entusiasmados a Paris. E começaram a operação de transporte do minério que aflorava espontâneamente na superfície, usandoe um forma também muito esperta.

Pediram para coletar as pedras, fazer algumas escavações e transportá-las em composições de trem de carga para Salvador. No Porto de Salvador, sempre davam uma forma de navio de bandeira francesa atracar e, com a justificativa de que precisavam dar lastro à embarcação para que não naufraugasse em alto mar, colocavam as pedras xx e atravessavam o Atlântico com as futuras balas que iriam derrotar os nazistas.

Ao mesmo tempo, providenciaram junto aos amigos que fizeram em Boquira para que pedissem o governo brasileiro a concessão do direito de lavra da gigantesca mina de minério de chumbo que já haviam pesquisado.

Assim, a Bahia e o Brasil participaram do esforço de guerra dos aliados da II Mundial para derrotar a Alemanha de Hitler.

Passado o conflito bélico os franceses chegaram à conclusão de que não precisavam mais transportar o minério para a Europa e decidiram instalar uma usina de processamento do metal. E escolheram próximo à borda da Baía de Todos os Santos o local para instalar a usina e lançar os dejetos do processo industrial. A estrada de ferro passava em Santo Amaro da Purificação, onde tinha um rio, o Rio Subaé, que desaguava na Baía.

Aí montam a Companhia Brasileira de Chumbo (Cobrac), hoje, felizmente, fechada, sem operar, mas com suas marcas presentes na terra de Caetano, Bethânia, Jorge Portugal e de Dona Canô.

Na década de 70 do século passado, quando o pesquisador Oscar Nogueira, do Instituto de Química da UFBA, encontrou presença de chumbo, cádmio e zinco nas águas do Subaé, estimou-se que a Cobrac havia lançado no rio e, consequentemente, na Baía de Todos os Santos, mais de 400 toneladas dos três metais.

E a limalha sólida do processo industrial era usada para fazer aterros e nivelar ruas em Santo Amaro, expalhando a poluição pela zona urbana da cidade. Centenas de trabalhadores da Cobrac contraíram saturnismo, doença causada pela ingestão de chumbo pelas vias respiratórias.

Esse é o passivo ambiental deixado pelos franceses na passagem deles pela Bahia depois da II Guerra Mundial, além do enorme buraco da mina de minério de chumbo de Boquira.

O detalhe é que a mineração de Boquira e a usina Cobrac foram do Grupo Penarroya, de capital francês, pertencente a uma família de nobres franceses, a Família Rotchild.

Taí uma boa oportunidade do Presidente Lula reivindicar do Presidente Sarkozy uma indenização às famílias de Santo Amaro e de Boquira afetados pelo Grupo Penarroya. E que a França ajude o governo Brasileiro a despoluir a Baía de Todos os Santos, as águas onde nasceu o Brasil. Ou ajuda ou esse é um assunto que as autoridades brasileiras podem levar ao Tribunal Internacional de Haia. Ou não? Vai ficar por isso mesmo? O Brasil é a latrina do mundo desenvolvido?

Mês de Junho, mês do meio ambiente em Santo Amaro



Quem pode informar?




 Se teremos ou não, atividades no mês de junho no mês do meio ambiente, através de algum grêmio associativo ou pela gestão local de Santo Amaro, e sua secretaria de Meio ambiente, se teremos alguma programação, para o mês de junho sobre meio ambiente, no Município de Santo Amaro?

Uma forma democrática,participativa e coletiva, que tragam a luz da consciência um compromisso real e sem omissões, sobre o descaso histórico das instituições do ESTADO, com o Rio subaé,com os manguezais com a população? 


Pergunto se teremos um evento que possibilite através, de politicas publicas de  que incentive e instrumentalize  a sociedade em buscar direitos  e conhecer as questões dos impactos locais da contaminação e seus agravos ao meio ambiente e o que podemos fazer para mudar essa historia?

Quem puder informar serei grato...

Ney Didan,Idealizador Articulador em rede do Mopsam Mops.

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